Doha é a capital do Qatar, país que está localizado no Golfo Pérsico e faz fronteira com a Arábia Saudita. Até então dividindo a atenção com potências como Dubai e Abu Dhabi, o destino apareceu no radar de muitos, e inclusive no meu, por ser escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022. Mas que destino é esse? Onde fica? Como chegar? O que fazer? Continue lendo para descobrir.
Os qataris foram dominados pelos persas, pelos sauditas e pelo Império Otomano, mas em 1916, com a queda do mesmo, o Qatar se tornou um protetorado britânico. Até a década de 1940, o país dependia do comércio de pérolas e da pesca, mas tudo mudou quando as reservas de petróleo foram descobertas e, após declarar a sua independência em 1970, eles não pararam mais. O que antes era um vilarejo sem recursos no meio do deserto árido, hoje lidera a lista de países mais ricos do mundo (além das reservas de petróleo, tem uma das maiores reservas de gás natural do planeta e é dono da maior renda per capita e poder aquisitivo do mundo). Agora o país cresce a cada dia, e Doha está prestes a virar sensação ? o Qatar terá os olhos do mundo todo sobre ele, com o maior espetáculo futebolístico que sediará em poucos anos.
Mas como chegar até lá? É possível chegar até Doha com um stopover da Qatar Airways. A companhia oferece stopover e visto de transito gratuitos, enquanto a hospedagem pode sair inteiramente gratuita ou com desconto. Para quem está com viagem marcada para algum destino asiático, uma parada em Doha é uma excelente opção para fugir da opção mais óbvia que seria Dubai.
E o que você irá encontrar lá? O imponente prédio do Museu de Arte Islâmica pode ser visto de longe. Muitas vezes o que chega aos nossos ouvidos no ocidente é apenas o lado negativo do islamismo, mas é importante conhecermos as contribuições artísticas de outras culturas para o mundo que vivemos atualmente, e é isso o que o museu faz: ele representa um lado belíssimo do islamismo, através da celebração da arte e da cultura. A atração é um ícone de Doha, reflete a essência do mundo árabe e é uma ótima opção para quem quer se livrar de possíveis preconceitos. O museu é relativamente novo, abriu as portas para o público apenas em 2008, e reúne peças de diversos países, como Espanha, Turquia, Irã, etc. Mas se você não está interessado nas obras que o mesmo abriga, pode ser que o projeto arquitetônico te atraia: o arquiteto responsável pelo projeto é o mesmo que fez a Pirâmide do Louvre, em Paris (e a entrada é gratuita).
Agora, se você curte mercados locais, o Souq Waqif é a melhor opção. É o souq mais antigo de Doha e antigamente era o local de trocas de mercadorias dos beduínos. Ele foi renovado em 2004 para preservar a herança cultural do local e tem uma localização bem central, perto do Museu de Arte Islâmica. Lá é possível encontrar diversos itens, de especiarias até sapatos, passando por perfumes e frutas secas. E se você teminteresse no famoso kajal que as mulheres árabes usam nos olhos, oportunidade de comprar é que não vai faltar. Apenas tenha cuidado com o calor – é melhor ir no início ou no final do dia, quando o calor é mais ameno (algumas lojas fecham as portas durante o meio do dia).
E a cultura? O Qatar como um todo é considerado mais aberto, quando comparado com o vizinho, Arábia Saudita, e muito mais fechado, quando comparado com os Emirados Árabes. Doha é a sede da Al Jazeera, a maior rede de televisão do mundo árabe, que se destaca pela liberdade de expressão no Golfo.
Bebida alcoólica é proibida por lei no país, e são raramente encontradas à venda, especialmente em lugares públicos. Alguns hotéis – normalmente os de grandes redes – possuem licença para vender para clientes não muçulmanos (o que ficamos hospedados até possuía um grande menu, mas só havia cerveja disponível e a consumação precisava ser feita em uma área específica. Lá também tinha um clube com mais opções, e foi interessante ver que mulheres sem a companhia do sexo oposto não podiam entrar).
Em Doha, e no Qatar inteiro, a poligamia islâmica é permitida para o sexo masculino, então não se assuste ou fique encarando ao ver mais de uma mulher acompanhando um marido nos shoppings e restaurantes, mas aceite e tente entender a cultura local. Também não fotografe as pessoas nas ruas, elas não gostam e se sentem ofendidas.
Em termos de vestimentas, os homens vestem túnicas brancas, chinelos e turbantes e as mulheres vestem preto da cabeça aos pés (abayas, niqabs, hijabs e burqas). Existe uma cartilha com orientações sobre vestimentas mais conservadoras para os turistas – para o sexo feminino, o ideal é evitar usar roupas coladas ao corpo, transparentes e curtas; para o sexo masculino, é melhor poupar o uso de bermudas e camisetas.
Demonstrações de afeto em público não são aceitas, mesmo entre pessoas casadas, então procure ser discreto. Ainda, se estiver lidando com a população local, evite apertar a mão do sexo oposto (sempre espere a outra pessoa tomar a iniciativa para saber se é permitido).
Todas essas orientações podem ser consideradas um tormento, principalmente se vestir coberto e encarar o calor e a umidade, mas se você está disposto a visitar um país, qualquer que seja, o mínimo que pode fazer é respeitar a cultura local.
Informações Práticas para visitar Doha, no Qatar
Visto: brasileiros precisam de visto para entrar no país. O meu foi feito com a Qatar Airways, já que estava fazendo um stopover.
Moeda: qatari ryal (QAR)
Idioma: árabe, mas o inglês é falado por todos, pois até recentemente o país era dominado pelos britânicos.
Transporte: a melhor opção é alugar um carro, mas o Uber também é amplamente utilizado.
Hospedagem: nossa reserva foi feita junto com a compra da passagem, através da companhia aérea, e ficamos hospedados no Ritz Carlton, mas o St. Regis e o Intercontinental também são boas opções.
E então, gostaram de conhecer um pouco sobre esse destino?
Se tiver alguma dúvida, comente aqui embaixo que eu vou adorar ajudar! 🙂